Pé Diabético: Como Identificar, Prevenir e Cuidar

Pé Diabético: Como Identificar, Prevenir e Cuidar

O que é o pé diabético?

O pé diabético é uma das complicações mais graves da diabetes. A sua prevenção e tratamento, seja médico ou cirúrgico, conforme a gravidade do caso, devem ser encarados com seriedade. Quando negligenciado, pode levar à amputação de dedos, do pé ou até da perna.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, o pé diabético corresponde ao pé de uma pessoa com diabetes que apresenta infeção, úlcera ou destruição dos tecidos provocadas por alterações neurológicas ou vasculares, ambas associadas à própria diabetes.

Quais são os sinais e sintomas do pé diabético?

Os sinais e sintomas podem decorrer de alterações neurológicas, vasculares, ou de ambas. Os mais comuns incluem:

  • Diminuição da sensibilidade nos pés
  • Sensação de “picadas de alfinetes”, choques elétricos ou queimadura
  • Dormência, formigueiro ou sensação de pés gelados
  • Feridas sem dor aparente (devido à perda de sensibilidade)
  • Pele seca e quebradiça, calos, fissuras e deformidades

A presença destes sintomas deve motivar a marcação de consulta com um podologista.


Prevenção: como evitar complicações

A prevenção é um dos pilares no controlo da diabetes. Manter a glicemia equilibrada reduz significativamente o risco de lesões nos pés. Para isso, é essencial adotar os seguintes cuidados:

  • Observar os pés diariamente, sob boa iluminação. Use um espelho ou peça ajuda se necessário.
  • Lavar os pés todos os dias, mas sem deixá-los de molho. Verificar a temperatura da água com a mão. Secar bem, especialmente entre os dedos.
  • Hidratar a pele diariamente, evitando aplicar creme entre os dedos.
  • Não usar lâminas, adesivos ou químicos para remover calos ou tratar feridas.
  • Evitar fontes diretas de calor como botijas, cobertores elétricos ou lareiras — opte por meias quentes.
  • Verificar o interior do calçado antes de o calçar, assegurando-se de que não existem objetos ou irregularidades.
  • Não cortar as unhas: devem ser limadas em linha reta com lima de cartão, semanalmente.
  • Calos devem ser tratados apenas por podologistas ou profissionais habilitados.

Cuidados com meias e calçado

  • Nunca andar descalço, mesmo em casa
  • Usar meias limpas todos os dias, preferencialmente de algodão ou lã, sem elásticos ou costuras, e de cores clara
  • Nunca calçar sapatos sem meias
  • Experimentar sapatos sempre ao fim do dia e observar os pés com frequência durante o período de adaptação
  • Evitar totalmente o uso de chinelos e sandálias, mesmo dentro de casa ou no verão

O calçado ideal para pés diabéticos deve:

  • Ter espaço suficiente para os dedos (mínimo 1 cm além do dedo mais comprido)
  • Ser alto e largo na ponta, sem costuras internas
  • Ser de pele, fechado, com velcro ou atacadores
  • Ter sola em borracha ou elastómero, resistente e com boa absorção de impacto
  • Permitir o uso de palmilhas personalizadas

O calçado mal adaptado é a causa mais frequente de feridas em pés diabéticos. As lesões surgem, geralmente, por traumatismos repetitivos causados pelo sapato. Por isso, seguir estas recomendações é crucial para evitar complicações graves.

Drª Ana Rita Pedrosa

A Drª Ana Rita Pedrosa é uma profissional dedicada à podologia e biomecânica, com experiência significativa na área da saúde dos pés. Atualmente, atua como podóloga na Clínica Mais Saúde, onde aplica os seus conhecimentos para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Além disso, é CEO da A.R. Pedrosa - Podologia Laboral, sendo a única em Portugal a dedicar-se inteiramente à podologia laboral, demonstrando o seu espírito empreendedor e compromisso com o bem-estar e o conforto.

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